domingo, 13 de julho de 2014

REFLEXÃO DO TEXTO "MODELO DOS MODELOS" COM RELAÇÃO AO AEE


REFLEXÃO DO TEXTO “MODELO DOS MODELOS” E A RELAÇÃO COM O ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO                                                                                                                                                         Italo Calvino
O texto conta a história de um homem (Sr. Palomar), que idealizou regras e métodos para buscar um modelo perfeito. Com o passar do tempo, o personagem depara-se com a natureza humana e descobri que esse modelo prefeito não existe, passando a desejar uma grande variedade de modelos segundo um procedimento combinatório.
Fazendo relação com o AEE, fica claro, a importância para nós professores de elaborar o plano de AEE individual e especifico para cada aluno, dentro das suas necessidades e singularidades, mesmo que apresentem a mesma deficiência, pois cada caso é único e necessita de objetivos, metodologias, recursos e estratégias diferenciadas que atendam as suas dificuldades e potencialize suas habilidades, levando em consideração seu contexto familiar e escolar. Assim conseguiremos sucesso no seu desenvolvimento e aprendizagem. Logo não existe modelo ideal a ser seguido. Portanto, para que o trabalho do professor de AEE tenha êxito, precisamos fortalecer as parcerias entre: professor da sala de aula, profissionais da área de saúde, gestão escolar, professor de Educação física, funcionários e principalmente a família.
Analisando o texto e a realidade do AEE, conclui-se que cada indivíduo mesmo pertencente a um grupo semelhante, sempre mostra diversidade, seja no aspecto cognitivo, psicomotor, social e afetivo, precisamos enxergar cada indivíduo com um olhar de carinho, dedicação e compromisso.    

domingo, 8 de junho de 2014

RECURSOS E ESTRATÉGIAS EM BAIXA TECNOLOGIA PARA APOIAR O ALUNO COM TGD/TEA


RECURSOS E ESTRATÉGIAS EM BAIXA TECNOLOGIA PARA APOIAR O ALUNO COM TGD/TEA

A Comunicação Alternativa - CA é uma das áreas da TA que atende pessoas sem fala ou escrita funcional ou em defasagem entre sua necessidade comunicativa e sua habilidade em falar e/ou escrever. Valente (2008) considera que muitas barreiras entre a pessoa e o mundo são minimizadas com o uso da tecnologia.
Para o aluno com TGD/TEA, que apresenta  déficits na interação social e comunicação, a CA surge para apoiar o desenvolvimento de uma comunicação mais autônoma. Os Sistemas de Comunicação Alternativa (SCA) podem ser divididos em recursos de baixa (cartões, pranchas,pastas e outros) e de alta tecnologia (pranchas vocálicas, sistemascomputadorizados com síntese de voz e outros) (Nunes, 2003).
Bez (2014) considera que a escolha de um sistema de comunicação alternativa para sujeitos com déficits de comunicação e cognição, deve ir além das necessidades do usuário, levando-se em conta também os diversos contextos sociais e os sujeitos em interação com outras pessoas.
Após o estudo de caso do aluno com TEA, o professor de AEE  deve confeccionar juntamente com o professor da sala de aula comum recursos para ampliar o repertório comunicativo do usuário como : pranchas de comunicação, fichas, cartões e avental para facilitar a compreensão e expressão do mesmo, seja no ambiente escolar e/ou familiar. 

                        
  


Descrição de imagem:
A imagem apresenta vários cartões de comunicação com símbolos gráficos representativos de mensagens. Os cartões estão organizados por categorias de símbolos e cada categoria se distingue por apresentar uma cor de moldura diferente: cor de rosa são os cumprimentos e demais expressões sociais, (visualiza-se o símbolo "tchau"); amarelo são os sujeitos, (visualiza-se o símbolo "mãe"); verde são os verbos (visualiza-se o símbolo "desenhar") ; laranja são os substantivos (visualiza-se o símbolo "perna"), azuis são os adjetivos (visualiza-se o símbolo "gostoso") e branco são símbolos diversos que não se enquadram nas categorias anteriormente citadas (visualiza-se o símbolo "fora").




Pranchas de comunicação - As pranchas de comunicação podem ser construídas utilizando-se objetos ou símbolos, letras, sílabas, palavras, frases ou números. As pranchas são personalizadas e devem considerar as possibilidades cognitivas, visuais e motoras de seu usuário.

Essas pranchas podem estar soltas ou agrupadas em álbuns ou cadernos. O indivíduo vai olhar, apontar ou ter a informação apontada pelo parceiro de comunicação dependendo de sua condição motora.

domingo, 20 de abril de 2014

Surdocegueira e DMU

SURDOCEGUEIRA E A DMU

De acordo com Nascimento ( 2003), a surdocegueira é uma deficiência única que apresenta a perda da audição e visão, de tal forma, que a comunicação das duas deficiências impossibilita o uso dos sentidos que auxiliam à distancia ( visão e audição), levando a pessoa surdocega a desenvolver várias formas de comunicação para entender e interagir com as pessoas e o meio ambiente.
Deficiência múltipla é a associação, no mesmo indivíduo, de duas ou mais deficiências primarias (intelectual/ visual/ auditiva/ física), com comprometimento que acarretam consequências no seu desenvolvimento global e na sua capacidade adaptativa.
Segundo Orelove e Sobsey (2000) as pessoas com deficiência múltipla são indivíduos com comprometimento acentuados no domínio cognitivo, associados a comprometimentos no domínio motor ou no domínio sensorial (visão ou audição) e que requerem apoio permanente, podendo ainda necessitar de cuidados de saúde específicos.

Surdocegueira Pré-linguístico
Surdocegueira Pós- linguístico
É aquela que adquire a surdocegueira antes da aquisição de uma língua (Português ou LIBRAS)
É aquela que ficou surdocega após a aquisição de uma língua (Português ou LIBRAS).


Quais as necessidades básicas deles?
·         Posicionamento;
·         Comunicação;
·         Esquema corporal;
·         Equilíbrio corporal;
·         Articulação e harmonização dos movimentos;
·         Autonomia em deslocamentos;
·         Aperfeiçoamento das coordenações viso motora, motora global e fina;
·         Desenvolvimento da força muscular;
·         Estabelecimento de rotinas claras;
·         Respeitar seu tempo de resposta;
·         Colaboração da família e profissionais;
·         Atividades dentro de contextos naturais para que a aprendizagem seja significativa;

·         Muitas repetições para manter a informação na memória.

Estratégias que são utilizadas para aquisição de comunicação:    


   Alfabeto tátil - é realizado sobre a palma da mão para que seja percebida tatilmente.

Escrita na palma da mão

 Método tatoma


segunda-feira, 10 de março de 2014

Educação Escolar de Pessoas com Surdez

Educação Escolar de Pessoas com Surdez – Atendimento Educacional Especializado em Construção



A pessoa com surdez tem muitos obstáculos a transpor para realmente participar da educação escolar devido sua perda sensorial auditiva. Na antiguidade, os surdos eram considerados incapazes, segundo Aristóteles, só por meio da linguagem poderia desenvolver as faculdades intelectuais, logo a linguagem dava condição de humano. Segundo Damázio (2010), há toda uma potencialidade do corpo biológico e da mente que canalizam e integram os outros processos perceptuais, tornando essa pessoa capaz, como ser de consciência, pensamento e linguagem.

O problema da educação das pessoas com surdez, não pode mais ser focado nessa ou naquela língua, o que precisa ser repensada, é a eficiência,a  qualidade e às práticas pedagógicas que estimulem e favoreçam suas potencialidades advindas  de outros processos perceptivos. Damázio (2010),traz que:


“ As pessoas com surdez não podem ser reproduzidas ao chamado mundo surdo, com uma identidade e uma cultura surda. É no descentramento identitário que podemos conceber cada pessoa com surdez como biopsicossocial, cognitivo, cultural, não somente na constituição de sua subjetividade, mas também na forma de aquisição e produção de conhecimentos, capazes de adquirirem e desenvolverem não somente os processos visuais-gestuais, mas também de leitura e escrita, e de fala se desejarem” ( Damázio 2010.p. 08).


Uma das possibilidades para que essa educação aconteça de fato é a implantação na escola comum do AEE – Atendimento Educacional Especializado para pessoas com surdez por meio da Política Nacional de Educação Especial, numa perspectiva inclusiva, pois se trata de uma política que busca valorizar e respeitar o indivíduo em suas especificidades, mas que se igualam na convivência, na experiência, nas relações e nas interações, rompendo assim com o paradigma da dicotomização entre oralistas e gestualistas. Outro ponto importante também, é a obrigatoriedade dos dispositivos legais do Decreto 5.626 de 5 de dezembro de 2005, que “determina o direito de uma educação que garanta a formação da pessoa com surdez, em que a Língua Brasileira de Sinais  e a Língua Portuguesa, preferencialmente na sua modalidade escrita, constituam línguas de instrução, e que o acesso às duas línguas ocorra de forma simultânea no ambiente escolar, colaborando para o desenvolvimento de todo o processo educativo.” (DAMÁZIO; ALVES; FERREIRA, 2009, p. 09).

Dessa forma, o AEE para a PS, vem reinventar novas práticas pedagógicas pautada em romper com paradigmas excludentes do ensino comum, proporcionando ambientes educadores estimuladores, mediações simbólicas através do convívio e interações sociais, com professores especializados que elaboram e organizam o plano de aula, juntamente com o professor da sala de aula comum e o professor de Libras, levando em consideração suas singularidades, barreiras e potencialidades. Poker ( 2001) afirma:


“As trocas simbólicas provocam a capacidade representativa desses alunos, favorecendo o desenvolvimento do pensamento e do conhecimento, em ambientes heterogêneos de aprendizagem”.


São três os momentos didáticos-pedagógicos  conforme Damázio (2007), o AEE em Libras, AEE de Libras e o AEE para o ensino da Língua Portuguesa, todos acontecem no contra turno ao ensino comum. O AEE em Libras visa o aprendizado dos conteúdos curriculares antecipadamente ao do ensino comum, diariamente e preferencialmente por um professor surdo, são utilizados muitos recursos visuais e todo material que se faça necessário para sua compreensão. O AEE de Libras é realizado também preferencialmente por um professor surdo, deve ser planejado a partir do diagnóstico do conhecimento que o aluno traz da língua de sinais, com a aquisição e registro de termos científicos em sinais. O AEE para o ensino da LP, acontece na sala de recursos multifuncionais, é desenvolvido por um professor, preferencialmente, Licenciado em Língua Portuguesa que domine os pressupostos linguísticos e teóricos da mesma, assim como também sua organização e estrutura, buscando utilizar metodologias de ensino de segunda língua.

Sendo assim, a escola é o espaço onde devem ser criadas diferentes estratégias de aprendizagem que supram não somente as necessidades dos alunos surdos, mas também que contribua na melhoria da aprendizagem de seus pares. O AEE em parceria com o professor da sala regular bem estruturado propicia uma organização didática que contribuirá para a compreensão dos conceitos referentes aos conteúdos curriculares, levando o aluno com surdez a estabelecer relações e ampliar seu conhecimento acerca dos temas desenvolvidos em Libras e em Língua Portuguesa, facilitando sua escolarização e autonomia como cidadão.



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

 DAMÁZIO, M. F. M.; FERREIRA, J. Educação Escolar de Pessoas com Surdez-Atendimento Educacional Especializado em Construção. Revista Inclusão. Brasília: MEC, V.5, 2010. p.46-57.
DAMÁZIO, Mirlene Ferreira Macedo; FERREIRA, Josimário de Paula. Educação Escolar de Pessoas com Surdez. In Fascículo 04: Abordagem Bilíngue na Escolarização de pessoas com Surdez. Fortaleza: Universidade Federal do Ceará, 2010. P.07-09.